Saúde mental de brasileiras piorou após pandemia, aponta estudo
Relatório realizado pela ONG Think Olga revelou que 45% das mulheres brasileiras sofrem com algum tipo de transtorno mental no cenário pós-pandemia de Covid-19. O estudo mostra que a ansiedade, sendo o problema mais comum, afeta seis em cada 10 mulheres brasileiras.
Intitulado “Esgotadas: o empobrecimento, sobrecarga de cuidado e o sofrimento psíquico das mulheres”, a pesquisa analisou a saúde mental da população feminina no Brasil, destacando as complexas questões que impactam negativamente seu bem-estar. Os resultados são alarmantes e trazem à tona uma verdade que não é tão surpreendente, levando em conta que mais da metade das pessoas com diagnósticos de depressão e ansiedade no Brasil já se tratavam de mulheres antes da pandemia. Uma pesquisa global de 2019 mostrou que, das pessoas com transtornos mentais ou causados pelo uso de substâncias no Brasil, 53% eram mulheres.
Entre as preocupações que mais causam stresse, a vida financeira – em especial o endividamento e salário baixo – é o que mais tira o sono das brasileiras, seguido pela jornada dupla ou tripla de trabalho. A sobrecarga doméstica, como tarefas da casa e cuidado com outras pessoas, também aparece como fator agravante, já que segundo o Pnad 2022, mulheres gastam mais tempo por semana do que homens em atividades do lar (24,4 hora sdelas x 12,6 horas deles). Para aliviar a tensão, a maioria respondeu que recorre à atividade física ou religião.
O estudo salienta ser necessário que a sociedade comece a compreender melhor o impacto do trabalho de cuidado e suas consequências, além de realizar de discussões que superem os tabus sobre a saúde mental. É preciso incentivar ações do setor privado, da população e, principalmente, do setor público para um futuro viável para as mulheres.