Estudo da Unicamp revela que mortalidade materna de mulheres pretas é o dobro em relação às brancas e pardas

Estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) publicado na Revista de Saúde Pública mostra que mulheres pretas têm quase o dobro de risco de morte durante e após o parto em comparação com mulheres brancas e pardas. Entre 2017 e 2022, a taxa de mortalidade materna para mulheres pretas foi de 125,8 mortes por 100 mil nascidos vivos, enquanto para brancas e pardas o índice ficou em 64. A pesquisa aponta o racismo estrutural como um fator crucial que afeta o acesso e a qualidade do atendimento à saúde, ressaltando que cerca de 92% das mortes maternas são evitáveis.

Além disso, a pesquisa revelou que a maior taxa de mortalidade materna entre mulheres pretas ocorreu na região Norte, com 186 mortes por 100 mil nascidos vivos. A coautora do estudo, professora Fernanda Garanhani Surita, destaca a necessidade de reconhecer as desigualdades específicas enfrentadas por mulheres pretas, enfatizando que, mesmo dentro de grupos vulneráveis, existem disparidades significativas que exigem atenção.

Foto reprodução: R7 São Pulo