Em defesa de direitos e contra precarização, greves crescem 6% em 2023

No ano de 2023, as ruas ecoaram com a voz dos trabalhadores brasileiros, que protagonizaram 1.132 greves em todo o país, segundo dados revelados por um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Esse número representa um aumento de 6,08% em relação ao ano anterior, refletindo um cenário de mobilização e reivindicação por melhores condições laborais.

O estudo observa que tanto nos dois primeiros meses quanto nos últimos três de 2023 predominaram as greves de trabalhadores da esfera privada, especialmente contra o atraso no pagamento dos salários. Esse atraso é apontado como uma resposta comum a problemas orçamentários, especialmente em empresas com contratos de concessões e terceirizações.

As greves na esfera privada foram, em sua maioria, defensivas (83%), com pautas centradas no descumprimento de direitos, como atrasos no pagamento de salários, 13º, férias, FGTS e verbas rescisórias. Mesmo com mudanças na legislação trabalhista em 2020 e o impacto da pandemia, as mobilizações persistiram, refletindo ampliação de terceirizações, vínculos precários e privatizações.

Mais da metade das greves no setor privado (56%) envolveu trabalhadores terceirizados, incluindo aqueles que atuam no serviço público e em concessionárias privadas de serviços públicos.