Arthur Lira chantageia governo para pautar Reforma Administrativa

Mesmo após a derrocada do, agora inelegível, ex-presidente Jair Bolsonaro, através de chantagens e insinuações constantes, Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, tenta obrigar o governo Lula a aprovar a Reforma Administrativa (PEC 32).

O comportamento autoritário e antidemocrático do presidente da Câmara vai de encontro ao espectro político do qual ele faz parte e das alianças silenciosas que o colocaram onde está. Não se pode esquecer que Arthur Lira é produto do bolsonarismo e, apesar do governo eleito ter supostamente uma frente ampla – o que implica maior diálogo e apoio em setores da oposição – a negociação com personagens da direita e extrema direita sempre são cercadas de artimanhas e subterfúgios.

A Reforma Administrativa não tem apelo nem apoio da população, o que significa que não é uma demanda da sociedade e sim que surge de interesses escusos de setores políticos interessados em minar avanços conquistados pelos servidores públicos. Além de afetar diretamente o serviço público, traz consigo todo o retrocesso deixado pelo governo Bolsonaro, tais como a desvalorização do trabalho, terceirização em massa, fim da estabilidade e boicote da proteção do interesse público.

Trabalhadoras e trabalhadores de todo o país precisam se mobilizar e demonstrar o descontentamento e indignação com a PEC 32, dando assim suporte ao governo para se impor contra as chantagens vindas da Câmara dos Deputados. Permitir que a pressão política seja utilizada para impor uma reforma que pode prejudicar os direitos e garantias das servidoras e servidores públicos pode ter implicações difíceis de serem revertidas posteriormente.