A GREVE CONTINUA. Com rejeição total da categoria à proposta do governo, servidores(as) da UFSB optam por continuidade da greve

Em assembleia híbrida realizada nesta segunda-feira (27/05), os(as) servidores(as) da UFSB rejeitaram, por unanimidade, a proposta do governo, por entenderem ser insuficiente. Ao todo, 100% dos votos foram a favor da continuidade da greve. Portanto, não houve voto contrário ou abstenção.

Além disto, foi aprovada a contraproposta feita pela FASUBRA, com 97% dos votos favoráveis, nenhum voto contrário e 3% de abstenções.

Com a greve chegando a 76 dias, os servidores(as) estão paralisados desde 11 de março. Já foram realizadas duas caravanas para Brasília, com uma intensa agenda de atividades. Em 21 de maio, ocorreu uma audiência em que o governo apresentou uma proposta para a categoria, que incluía reajuste de 9% em 2025, 5% em 2026 e 0% em 2024, o que foi amplamente rejeitado por toda a categoria.

Parâmetros da contraproposta da FASUBRA para o aprimoramento do PCCTAE e recomposição salarial:

1. Utilização do piso do nível E como referência na matriz salarial, com as seguintes correlações para os outros níveis:
– Nível A: 39% do piso do nível E
– Nível B: 40% do piso do nível E
– Nível C: 60% do piso do nível E
– Nível D: 61% do piso do nível E

2. Aumento escalonado do step, começando em 4,0% e alcançando 4,5% em 2026.

3. Recomposição salarial com os seguintes índices:
– 2024: pelo menos 4% (inflação)
– 2025: 9%
– 2026: 9%

Com a aplicação total dos parâmetros aprovados pelo CNG, os resultados nos Níveis de Classificação alcançam os seguintes percentuais de aumento nos pisos:

– Nível de Classificação A: 51,85%
– Nível de Classificação B: 28,63%
– Nível de Classificação C: 59,35%
– Nível de Classificação D: 28,78%
– Nível de Classificação E: 23,53%

Os valores de vencimento no teto de cada nível, sem considerar o Incentivo à Qualificação, passariam a ser:

– Nível A: R$ 4.849,70
– Nível B: R$ 4.974,10
– Nível C: R$ 7.461,10
– Nível D: R$ 7.585,40
– Nível E: R$ 12.435,10

O Coordenador Geral da ASSUFBA, Edinelvan Lima, destacou que “é importante desconstruir certos argumentos do governo, que tenta influenciar a sociedade e tem batido na tecla de que deu reajuste de 9% em 2023, do auxílio-creche e alimentação, mas isso não é suficiente, pois desconsidera outros aspectos dos servidores(as). O salário dos(as) TAE continua sendo o menor do Executivo Federal. A educação continua sendo subvalorizada no país, além de ter a pior proposta entre todas as categorias.

A Coordenadora do Sindicato, Adelmaria Ione, enfatizou que “não é só estar na greve, mas dar visibilidade ao movimento, para que todos possam compreender e apoiar a luta. Pois não é apenas corporativista, não reivindica apenas o salário, tem como objetivo final a permanência da classe trabalhadora dentro das universidades. É pela existência da educação”.

“A ASSUFBA tem dado conta de todas as orientações demandadas pelo Comando Nacional de Greve, com um brilho coletivo. No dia 10 de maio, entregamos uma carta aberta ao presidente Lula com reivindicações que. nesta segunda-feira (27/05). foi entregue ao Conselho Universitário da UFBA. É importante ressaltar que é um documento histórico, um feito grandioso para o Sindicato”, explicou o Coordenador Antônio Bomfim.

Durante a assembleia, também foi referendado o nome da Coordenadora Regional Maristela Aragão como delegada para o CNG em junho. Em seguida, foi apresentado o manifesto elaborado pela categoria, que inclui reivindicações internas, como a criação de uma rede integrada de qualidade de vida, cuidado e saúde dos(as) servidores(as), combate efetivo ao racismo estrutural, machismo, assédio e LGBTfobia, e a implementação de uma política de promoção à equidade de gênero na UFSB.

Foram discutidas melhorias na estrutura física da universidade, como a efetivação das cozinhas coletivas e RUs, construção de pontos de ônibus em frente ao CSC, implementação de estúdios audiovisuais, entre outras demandas para melhorar a qualidade do ambiente laboral. Outra reinvindicação importante foi incremento e ampliação de políticas de desenvolvimento e capacitação para o fortalecimento continuada dos TAE. Por fim, foi referendada sem contraposição a carta com a pauta interna da categoria TAE na UFSB, que será encaminhada para Reitoria.